Poemas de Adalgisa Miranda Magalhães publicados
no Vol. III da Antologia de Ouro - Museu Nacional da Poesia
Ilusões despidas
Esquece por Deus. Não mais falemos
Neste amor truculento e temerário.
Fechemos o painel deste cenário
E esqueçamos as juras que fizemos.
Estas flores fanadas que colhemos
Na febre de um delírio visionário,
Paremos sobre o cloche mortuário
Das ilusões funestas que tivemos.
Aqui tens tuas cartas. Devolvamos
Com fidalguia todas as que temos.
E não te lembres mais que nos amamos.
Apenas a lembrança guardaremos
Do falso paraíso que sonhamos
E o século de martírio em que vivemos.
Adalgisa Miranda Magalhães
Sonhos mortos
Meus dias vão correndo... Que tristeza!
Passar o tempo, se extinguir a vida!
Ir com as águas de uma correnteza
Sem mais voltar ao ponto de partida.
As alegrias da esperança acesa
Já tiveram minh’alma por guarida...
Hoje tenho os temores da incerteza
E a saudade da estrada percorrida.
Sonhos de glória assomos de coragem,
Tudo perdi ao longo da viagem
E só me restam os dias mais tristonhos,
Nos quais assisto cheia de agonia
Ir se desmoronando, dia a dia,
O famoso castelo de meus sonhos...
Adalgisa Miranda Magalhães
Achei bonitos os poemas, profundos e tristes. É interessante depois de tantos anos, pensar na avó do meu marido, de uma forma inédita.Parabéns pela iniciativa de publicá-los. Adriana Zupo
ResponderExcluir