terça-feira, 6 de maio de 2014

Poemas


Poemas de Adalgisa Miranda Magalhães publicados 
no Vol. III da Antologia de Ouro - Museu Nacional da Poesia





Ilusões despidas


Esquece por Deus. Não mais falemos
Neste amor truculento e temerário.
Fechemos o painel deste cenário
E esqueçamos as juras que fizemos.

Estas flores fanadas que colhemos
Na febre de um delírio visionário,
Paremos sobre o cloche mortuário
Das ilusões funestas que tivemos.

Aqui tens tuas cartas. Devolvamos
Com fidalguia todas as que temos.
E não te lembres mais que nos amamos.

Apenas a lembrança guardaremos
Do falso paraíso que sonhamos
E o século de martírio em que vivemos.


                                              Adalgisa Miranda Magalhães




Sonhos mortos

Meus dias vão correndo... Que tristeza!
Passar o tempo, se extinguir a vida!
Ir com as águas de uma correnteza
Sem mais voltar ao ponto de partida.

As alegrias da esperança acesa
Já tiveram minh’alma por guarida...
Hoje tenho os temores da incerteza
E a saudade da estrada percorrida.

Sonhos de glória assomos de coragem,
Tudo perdi ao longo da viagem
E só me restam os dias mais tristonhos,

Nos quais assisto cheia de agonia
Ir se desmoronando, dia a dia,
O famoso castelo de meus sonhos...


                                   Adalgisa Miranda Magalhães


Adalgisa e Família







Cenira Miranda Magalhães Nunes (filha de Adalgisa), netos e bisnetos




Cenira Miranda Magalhães Nunes (filha de Adalgisa), marido e filhos


Mário Magalhães (marido de Adalgisa)


Adalgisa Miranda Magalhães entre os irmãos e irmãs no Parque Municipal em Belo Horizonte 1951




Adalgisa Miranda Magalhães com os irmãos e irmãs







Adalgisa Miranda Magalhães

1903-1965, Peçanha/MG. Poeta, professora rural. Viveu e trabalhou no Sêrro/MG e Conceição do Mato Dentro/MG, casada com Mário Magalhães, mãe de 9 filhos.